terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Encontros imediatos de terceiro grau...

(Ah... saudades dos tempos em que ver um pato a passear

pelo Campo Grande era uma aventura)


Um dos nossos caminhos habituais são os vinte e tal quilómetros que separam Malempré de Barvaux, onde os miúdos têm aulas de solfejo duas vezes por semana. É uma longa estrada que atravessa aldeias e bosques, com muitas curvas sinuosas. No Verão faz-se lindamente, mas no Inverno a conversa é outra, porque está fora da rota dos limpa-neves. Habitualmente, fazemos o caminho de regresso no lusco-fusco do final da tarde, quando a bicharada decide que é hora de sair para comer. Enquanto eu mantenho os olhos na estrada, o Diogo está concentrado a procurar animais e perigos potenciais. Uma espécie de copiloto, portanto. O Vasco está sempre distraído e quase nunca consegue vê-los a tempo. No ano passado, vimos veados, raposas, ouriços, uma família de javalis, coelhos, muitas aves de rapina, um animal de grande porte não identificado. Vacas e ovelhas foragidas do rebanho também são aparições habituais.

Há duas semanas, íamos a passo de caracol atrás de uma camioneta, quando a parte detrás se abriu e começaram a saltar ovelhas que nunca mais acabavam. Eu fiquei tão assarapantada, que nem sabia se havia de rir ou chorar. Decidi buzinar, mas acho que não deve ter sido a melhor opção porque desataram todas a fugir assustadas. Ontem à tardinha, um veado enorme saltou-me para a frente do carro. O Diogo, que nestes últimos tempos vive colado ao ecrã do telemóvel, também já só o viu quando estava em cima de nós. Felizmente, não havia neve e consegui travar a tempo. Não sei qual de nós ficou mais assustado. E ficámos assim, um a olhar para o outro uns momentos. Ambos a arfar. Até que o mastodonte se dignou a seguir caminho. Mas desta vez o Vasco conseguiu vê-lo mesmooooo bem!




2 comentários:

  1. Este blog, desde que foi descoberto por aí, fez de mim uma viciada a seguir essa vida tão diferente...Talvez não tenha a noção de que como as vossas vivências me fazem frequentemente rir ou (re)pensar. Por exemplo: eu sou uma maníaca da separação do lixo e, desde que li o seu post sobre o contrabando do mesmo para o país vizinho, farto-me de o referir para que percebam quanto nos falta nesse aspecto! Obrigada pela sua partilha e bons encontros nesses caminhos....

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  2. Obrigada pelo carinho, Mariana! Acho que esse é mesmo o objectivo deste blog: fazer pensar, abrir horizontes, mostrar outras vivências... O mais importante é tentarmos rir do que nos vai acontecendo. :)

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